domingo, 28 de junho de 2009

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA)


Chamamos DHGNA o acumulo de gordura no fígado (esteatose) não relacionada ao uso de álcool. A esteatose hepática é o simples acúmulo de gorduras nas células do fígado, enquanto que a esteato-hepatite não alcoólica (EHNA ou NASH em inglês) é uma DHGNA onde a presença da esteatose está relacionada a uma inflamação no fígado.
O acumulo de gordura nos hepatócitos é um mecanismo natural utilizado para estocar energia. O fígado mantém dois grandes estoques: a gordura e o glicogênio, que é uma glicose alterada para ser estocada. Quando ficamos muito tempo em jejum e o nível de açúcar no sangue diminui, hormônios enviam um sinal ao fígado para transformar o glicogênio em glicose, mantendo, portanto, o funcionamento do organismo. Se o jejum persistir é a gordura que começa a ser utilizada, mas esse é um processo mais demorado. No entanto, alguns fatores podem alterar esse metabolismo natural de gordura e levar à DHGNA. Dentre eles podemos citar:
· A resistência à insulina - A insulina é um hormônio que regula e influencia todos os processos metabólicos envolvendo açucares e gorduras. Com a resistência à insulina, há um aumento da lipólise (transformação de lipídeos em ácidos graxos, em especial na forma de triglicérides), com aumento no aporte de ácidos graxos no fígado.
· Dieta rica em carboidratos – Por oferecer grande quantidade de energia, permite ao organismo estocar energia excedente, principalmente na forma de triglicérides que são produzidos e acumulados no fígado.
· Metabolização prejudicada de ácidos graxos no interior das mitocôndrias - Em portadores de esteato-hepatite vem sendo demonstrado uma redução na atividade de genes que atuam na função mitocondrial.
· A própria esteatose, que pode levar a um “círculo vicioso” estimulando os processos anteriores.
A DHGNA tem sido alvo de inúmeras pesquisas, pois o aumento de sua incidência tem coincidido com a epidemia de obesidade nos países desenvolvidos. A informação quanto à importância prática dessa doença está no fato de que ela revela uma doença metabólica. Em alguns casos, por um motivo ainda desconhecido, o organismo desencadeia uma inflamação contra os hepatócitos com acúmulo de gordura, a esteato-hepatite. Nos pacientes com esteato-hepatite, em 9 anos de acompanhamento, 27% evoluíram para fibrose e 19% para cirrose. Assim, como reflexo da epidemia de obesidade e síndrome metabólica nas últimas décadas, espera-se uma epidemia subseqüente de cirrose e hepatocarcinoma causados pela NASH nas próximas décadas.


Referência:
JORGE, Stéfano Gonçalves. Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica. Disponível em: http://www.hepcentro.com.br/

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Pessoal,
    vejam o post que coloquei em meu blog hoje ("gordinhos vivem mais"). Comentem por meio do blog de vocês.

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