sábado, 27 de junho de 2009

Estudo diz que dieta atkins é a melhor

Um estudo, publicado no jornal da associação médica americana, envolvendo 311 mulheres obesas, mostra que as mulheres pós menopausadas que seguiram a famosa dieta atkins por um ano perderam mais peso, reduziram seus níveis de pressão e de lipídios mais do que mulheres que seguiram outros tipos de dietas.
Esse é o conteúdo de uma manchete de um artigo da sociedade brasileira de diabetes, mais antes de analisarmos a veracidade das afirmações apresentadas vamos entender o que é a dieta do doutor atkins, também conhecida por dieta low carb.
A dieta atkins é uma dieta sem restrição calórica, ou seja, pode-se consumir alimentos a vontade, desde que haja uma forte restrição de carboidratos. Isso implica que as gorduras e proteínas estão liberadas (dieta ad-libitum). A teoria de atkins é que os alimentos altamente ricos em energia como os carboidratos é que fazem com que os indivíduos ganhem peso e não necessariamente a ingestão de lipídios diretamente. O doutor Robert Atkins também sugere uma vantagem metabólica das proteínas em relação aos carboidratos e por isso a pessoa poderia emagrecer independentemente do consumo de lipídios. O grande vilão da história parece ser a insulina, pois é devido aos altos níveis de insulina induzidos pelos carboidratos que ocorrem processos como o acúmulo de gordura, maior retenção hídrica, aumento de triglicérides e maior risco de doenças cardivasculares. É preciso destacar, porém, que a insulina tem um papel fundamental no SNC em relação ao controle da fome e saciedade, gasto energético e regulação da leptina.
A dieta propõe uma redução de carboidratos que varia de 15 a 60 g, de acordo com as fases denominadas de: indução, perda de peso contínua, pré-manutenção e manutenção.
A indução dura em média duas semanas e a ingestão de carboidratos diária não pode ultrapassar os 15 g. Nessa fase há uma grande perda de peso e segundo Atkins esse é um dos estímulos para continuar a dieta pela vida inteira.
Para se ingressar na segunda fase é necessário a realização de exames laboratoriais para se avaliar o perfil lipídico do indivíduo, se houver qualquer aumento do colesterol no período, o autor sugere uma troca das gorduras saturadas por insaturadas. Nesse período da dieta o consumo de carboidratos não deve ultrapassar os 30 g diários.
A fase de pré-manutenção é uma fase de transição onde pode-se ganhar ou perder mais peso. A dieta continua restritiva e essa restrição é em torno dos 45 g por dia.
A última fase é permanente e é onde deve acontecer uma manutenção do peso. Os carboidratos são aumentados gradativamente e podem chegar até 60g por dia dependendo da tolerância individual, vale lembrar que os doces continuam proibidos. Se houver ganho de mais de 2,5 kg a dieta deve ser reiniciada.
Bom, agora vamos ao que dizem os estudos. O primeiro que quero analisar é um estudo que é considerado a primeira pesquisa bem feita sobre a dieta. O estudo foi realizado em 2002 e financiado pelo centro atkins para pesquisa em medicação complementar. Apesar do conflito de interesses, isso parece não ter invalidado a qualidade da pesquisa realizada. A restrição de carboidratos do estudo ficou em um máximo de 25 g/d e foram realizados estudos em indivíduos de 18 a 65 anos de idade e de IMC entre 26 e 33, houve uma avaliação prévia dos candidatos para saber se não havia no grupo estudado alguem com problemas de saúde que pudessem comprometer o estudo. As conclusões do estudo são de que se perdeu em média 9 kg e 3 pontos no IMC, além disso houve redução do colesterol, queda dos níveis de triglicerídeos e mudança positiva na relação LDL/HDL. Esses resultados corroboram o artigo inicial dessa postagem que dizia exatamente a mesma coisa para um estudo feito em mulheres obesas, portanto parece que a dieta atkins leva a perda de peso e melhora significativa da saúde vascular e redução da síndrome metabólica. Apesar de muitos resultados positivos da dieta os especialistas concordam ao dizer que são necessários estudos com maior duração para avaliar a eficácia clínica e a segurança das dietas low carb em geral, e ainda dizer que para o tratamento da obesidade são mais seguras as dietas hipocalóricas e que proponham uma reeducação alimentar, por trazerem resultados mais eficazes e duradouros na maior parte dos casos.
Referências bibliográficas:
www.abeso.org.br/revista/revista7/dieta.htm
Artigo em destaque no início do post:
http://jama.ama-assn.org/cgi/content/abstract/293/1/43?maxtoshow=&HITS=10&hits=10&RESULTFORMAT=&fulltext=Atkins+diets+works+best&searchid=1&FIRSTINDEX=0&resourcetype=HWCIT

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