quinta-feira, 25 de junho de 2009

Dormir pouco engorda?




Esse é o titulo de um artigo publicado na edição de março da Revista Abeso. O artigo foi escrito pelo Dr. Marcio Mancini.

No artigo o Dr. Marcio analisa que nos últimos anos a população reduziu as suas horas de sono e ao mesmo tempo mais pessoas tem apresentado o quadro de obesidade.Existe relação entre dormir pouco e engordar? Através de evidências de estudos clínicos foi possível afirmar que há relação entre poucas horas de sono e o aumento de peso.

Um estudo interessante feito na Austrália(1) com 2500 crianças nascidas entre 1981 e 1983. O objetivo era relacionar problemas com o sono nos primeiros anos de vida e o aumento do IMC na adolescência. O resultado encontrado foi que, nas crianças que tinham problemas de sono entre os 2 e 4 anos apresentaram uma prevalência maior de obesidade na idade adulta (21 anos) do que as crianças que dormiam bem. É importante ressaltar que ajustaram fatores como saúde mental materna, tipo de dietas e horas na televisão.

No artigo da revista o autor indica alguns prováveis fatores que influenciam na relação estudada. Uma delas é a diminuição da tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina, outro fator que provavelmente está relacionado é o aumento do nível de cortisol e de ghrelina, a redução nos níveis de leptina que levaria ao aumento da fome. Em alguns estudos são citados também que a diminuição de horas de sono provoca alterações da termorregulação e do balanço simpatovagal que podem estar envolvidos na redução do gasto energético.

Em resumo, a privação do sono causaria dois distúrbios metabólicos principais: primeiro, um aumento da ingestão calórica por ghrelina e leptina principalmente e cortisol; segundo vai haver menor gasto energético pela disfunção dos mecanismos termorreguladores e do sistema nervoso simpático.

Referências:
(1).Mamun AA, et al. Do Childhood Sleeping Problems Predict Obesity in Young Adulthood? Evidence from a Prospective Birth Cohort Study. American Journal of Epidemiology 2007 166(12):1368-1373.




Revista Abeso n° 38 março de 2009

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